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Exame de fragmentação de DNA do espermatozoide

Exame de fragmentação de DNA do espermatozoide

Postado em: 13 de agosto de 2018

Exame de fragmentação de DNA do espermatozoide A infertilidade conjugal é definida como a incapacidade de um casal atingir a gravidez após 12 meses de relações sexuais regulares e bem distribuídas durante o ciclo menstrual, sem o uso de métodos contraceptivos. Estima-se que cerca de 15% dos casais em idade reprodutiva sejam inférteis, sendo que […]

Exame de fragmentação de DNA do espermatozoide

A infertilidade conjugal é definida como a incapacidade de um casal atingir a gravidez após 12 meses de relações sexuais regulares e bem distribuídas durante o ciclo menstrual, sem o uso de métodos contraceptivos. Estima-se que cerca de 15% dos casais em idade reprodutiva sejam inférteis, sendo que esses casos estão relacionados tanto à fatores femininos quanto à fatores masculinos.

Hoje é sabido que a infertilidade masculina é multifatorial, visto que os mecanismos celulares envolvidos nesse processo estão sendo amplamente estudados. No entanto, a avaliação clínica da infertilidade masculina ainda se baseia tão somente no histórico médico do paciente, no exame físico e na análise seminal.

Contudo sabe-se que esta avaliação possui baixo valor preditivo do sucesso reprodutivo, não podendo ser considerada como único método diagnóstico de infertilidade. Na tentativa de buscar uma melhor avaliação do potencial fértil masculino, principalmente em homens normozoospérmicos inférteis, busca-se a avaliação complementar dos espermatozoides, as quais permitem uma melhor decisão sobre o prognóstico de casais inférteis.

Uma ótima avaliação funcional do espermatozoide é a medida da porcentagem de DNA fragmentado nos espermatozoides. Esse índice é apontado como um dos principais mecanismos celulares associados à infertilidade, visto que aproximadamente 10% dos espermatozoides de homens férteis e 20-25% dos espermatozoides de homens inférteis apresentam danos no DNA dos espermatozoides.

O que causa a fragmentação de DNA?

Dentre as diversas causas da fragmentação do DNA dos espermatozoides, o estresse oxidativo, é apontado como uma das principais. Causado por falta de oxigenação testicular, problemas circulatórios, tanto nos testículos como em outros locais, ou presença de substâncias estranhas ao corpo, resulta no desequilíbrio entre a produção de espécies reativas de oxigênio (EROs) e de antioxidantes, em favor do oxidante. Ou seja, a produção de antioxidantes é menor do que a produção de substâncias danosas às células, permitindo que essas causem danos diretos ao DNA, comprometendo a disseminação da informação genética do pai.

No entanto a produção das EROs é um processo cíclico de danos que, comprometer diretamente o DNA, ainda inicia um processo conhecido como peroxidação lipídica que propaga os danos e ativam uma série de reações químicas que também promovem indiretamente a fragmentação do DNA do espermatozoide.

Quais são os homens que podem apresentar a fragmentação de DNA?

Os homens que contém as EROs em seus testículos podem apresentar altos índices de fragmentação de DNA no seu sêmen. Como já visto, o estresse oxidativo é causado por falta de oxigenação testicular, problemas circulatórios, tanto nos testículos como em outros locais, ou presença de substâncias estranhas ao corpo.

Como exemplo da deficiência de oxigenação e problemas circulatórios, temos os homens que são diagnosticados com varicocele, uma espécie de varizes nos sacos escrotais, homens obesos ou simplesmente sedentários, homens que são funcionalmente expostos à monotonia e ao calor, como soldadores, metalúrgicos, cozinheiros, entre outros, assim com aqueles expostos a choques constantes aos testículos como motoboys e ciclistas.

Lembrando que ainda existe a possibilidade da fragmentação de DNA ser causada por alterações de estilo de vida. Homens etilistas e tabagistas podem apresentar uma intensa fragmentação de DNA espermático, assim como os homens usuários de drogas lícitas (medicamentos) ou ilícitas e de uso recreativo (maconha, êxtase, cocaína, etc). Homens funcionalmente expostos à produtos químicos, tintas e solventes, também entram nos grupos de risco.

A fragmentação de DNA pode afetar a capacidade de gravidez?

 

 

A fragmentação do DNA espermático pode, sim, afetar a capacidade de um casal atingir a gravidez. A integridade do DNA dos espermatozoides é necessária para a expressão completa do potencial de fertilidade masculino e de probabilidade de atingir gravidez por concepção natural e técnicas de reprodução assistida.

A fragmentação de DNA espermático tem sido correlacionada negativamente com resultado de sucesso reprodutivo. Estudos envolvendo casais inférteis indicaram um baixo potencial de fertilidade natural quando a porcentagem de espermatozoides com DNA fragmentado é maior ou igual a 30%.

Ao fecundar o óvulo, o espermatozoide libera o seu conteúdo genético, o DNA, que se pareia com o DNA materno para ambos serem compreendidos pela célula e formar um novo ser. Os espermatozoides com DNA fragmentado possuem plenas capacidade físicas de fecundar o óvulo, no entanto, durante o pareamento do material genético dos pais, se a o DNA espermático está fragmentado o embrião fica incapaz de reconhecer aquelas informações contidas no DNA paterno, resultando numa incapacidade de implantação e até o abortamento do embrião.

Assim, tentativas de concepção natural ou com o uso de técnicas de reprodução assistida podem ser inviabilizadas nos casos de homens com fragmentação de DNA espermático, resultando em falhas de implantação e abortamentos repetitivos.

Como é feito o exame de fragmentação de DNA?

Existem alguns métodos de avaliar o índice ou porcentagem de fragmentação do DNA espermático, como o TUNEL, SCSA e o Ensaio Cometa. No entanto todos eles têm finalidades de aferir o dano ao material genético para finalidade de pesquisas avançadas. O teste comercialmente utilizado para finalidades diagnósticas é o SCD (do inglês, Sperm Chromatin Dispersion).

O teste SCD, em português teste de dispersão da cromatina espermática, se baseia na imersão do espermatozoide em agarose, uma substância gelatinosa, com consequente exposição do DNA e coloração do material para que este seja visualizado no microscópio. É importante ressaltar que embora pareça simples, somente um profissional bem treinado é capaz de fazer a distinção entre os espermatozoides com DNA fragmentado e o DNA íntegro, por isso a escolha de laboratórios de referência é importante.

Se meu exame der alterado, o que fazer?

O médico urologista é quem determina o prognóstico para homens com altos índices de fragmentação de DNA. Dividimos as causas de aumento de fragmentação de DNA entre causas reversíveis e irreversíveis. Entre as causas irreversíveis estão principalmente idade e malformações do trato genital.

Cumpre ao urologista realizar ampla investigação com o Homem portador de alto índice de DNA fragmentado no esperma, e os esforços devem voltar-se para baixar tal índice na tentativa de ampliar as taxas de sucesso na gravidez.

Dentre as principais causas reversíveis e já citadas temos: tabagismo, etilismo, sedentarismo e obesidade e varicocele.

Além disso, já foi demonstrado por estudos que existe uma relação positiva entre o processamento seminal, feito em casos de reprodução assistida, e a probabilidade de suceder uma gravidez, o que pode se dar por meio da redução da fragmentação do DNA dos espermatozoides. Assim, a seleção de espermatozoides viáveis, por técnicas de seleção por gradiente de concentração, pode também promover a escolha de espermatozoides com menor fragmentação de DNA, sem causar danos ou alterações não fisiológicas.