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Quem tem endometriose pode engravidar?

Quem tem endometriose pode engravidar?

Postado em: 21 de setembro de 2018

Desde que conte com acompanhamento médico, quem tem endometriose pode engravidar. Afinal, a condição não afeta o desenvolvimento do feto. Ao mesmo tempo, apenas 50% das mulheres que sofrem da doença têm infertilidade. Ou seja: nem todas as pacientes apresentam dificuldades de concepção. O que é a endometriose? A endometriose é uma condição na qual […]

Desde que conte com acompanhamento médico, quem tem endometriose pode engravidar. Afinal, a condição não afeta o desenvolvimento do feto. Ao mesmo tempo, apenas 50% das mulheres que sofrem da doença têm infertilidade. Ou seja: nem todas as pacientes apresentam dificuldades de concepção.

O que é a endometriose?

A endometriose é uma condição na qual o endométrio adere aos órgãos da região abdominal, como a bexiga e o intestino. O endométrio é o tecido que reveste o interior do útero. Todo mês, essa camada é estimulada por um processo hormonal, tornando-se mais espessa. Sua função é permitir que um óvulo, já fecundado pelo espermatozoide, seja nutrido e se desenvolva em um embrião, que posteriormente irá gerar o feto. Para isso, o embrião se “agarra” ao endométrio.

Quando a fecundação do óvulo não ocorre, o endométrio se descama e é eliminado pela menstruação. Numa situação comum, os resíduos são completamente eliminados pelo corpo, para que no mês seguinte o útero passe pelo mesmo processo. Ou seja, de ter sua camada interna espessada e preparada para receber um embrião.

Uma das possíveis causas de endometriose é a menstruação retrógrada, quando parte da menstruação “retorna” para o corpo e adere a áreas fora do útero. Isso pode ocorrer nos órgãos já citados e também nos ovários, reto, peritônio e na parede externa do útero. Outras áreas, além da abdominal, podem ser igualmente afetadas por esse acúmulo, mas esse tipo de ocorrência é menos comum.

Diagnóstico da doença

Normalmente, a endometriose surge pouco tempo após a primeira menstruação da mulher. Contudo, como seu principal sintoma é a intensa dor durante a menstruação, isto traz uma certa dificuldade em fechar o diagnóstico. Não porque os médicos não estão preparados para tal, mas porque existe o estigma de que a dor é algo normal.

Realmente, a mulher em período menstrual costuma conviver com dores. Afinal, durante este processo, o corpo faz com que o útero se contraia – algo essencial para a expulsão da camada do endométrio. No entanto, essa dor não é extremamente intensa, nem costuma durar durante toda a menstruação.

Devido ao estigma citado, porém, muitas das mulheres acabam sendo diagnosticadas com endometriose apenas entre os 25 e 35 anos. Principalmente em momentos de tentativa de gravidez, já que as pacientes podem apresentar dificuldades para a concepção.

No entanto, ao vivenciar sintomas intensos, é fundamental que a mulher, de qualquer idade, busque por um médico. O especialista poderá verificar a normalidade ou não das cólicas. Caso haja alguma doença relacionada, como a endometriose, ela poderá ser tratada. Assim, a qualidade de vida da paciente será muito melhor.

Se as dores não estiverem associadas a nenhum problema maior, o ginecologista poderá indicar remédios para diminuir os sinais. A prática de exercícios físicos, hábitos alimentares e qualidade de sono também podem ser benéficos a paciente.

Sintomas versus gravidade do problema

Além das cólicas menstruais, a endometriose pode provocar sintomas como dores durante as relações sexuais, durante o urinar e ao evacuar. Fadiga e diarreia também são sinais do problema. É necessário destacar, porém, que as mulheres nem sempre apresentam sintomas: a endometriose pode ser uma doença silenciosa.

Ao mesmo tempo, a intensidade do sintomas não está relacionada à gravidade do problema. Logo, uma paciente com acúmulo leve do endométrio pode apresentar dores intensas, enquanto outra, que sofre com a versão profunda da condição, pode não apresentar nenhum sinal.

Quais as causas da condição?

As causas exatas da endometriose ainda não são conhecidas pelos especialistas. Contudo, pesquisas indicam fatores diretamente relacionados ao problema. Um deles é a já explicada menstruação retrógrada, que ocorre quando parte da menstruação retorna ao corpo e adere aos órgãos.

Em todo caso, também existem outras causas associadas à doença. Elas são menos comuns, mas merecem ser destacadas. A começar pelo fator genético: o crescimento de células embrionárias.

As células que revestem o abdômen são originárias de células embrionárias comuns, como a maior parte do organismo. Entretanto, há situações em que essas células se convertem em tecido endometrial. Ou seja, outros órgãos passam a acumular células endometriais, mesmo que não haja ocorrência da menstruação retrógrada.

Uma mulher que possui problemas em seu sistema imunológico também pode sofrer da endometriose. Isso porque seu organismo terá dificuldade em reconhecer as células incorretas. Logo, não irá combatê-las, mantendo o acúmulo de endométrio anormal.

Ainda é possível que cirurgias, como a cesárea ou a histerectomia, promovam a aderência do tecido problemático a outros órgãos ou incisões.

Exames e tratamento da endometriose

Para o diagnóstico do problema, a paciente realiza exames como o ultrassom, de toque vaginal e retal, ressonância magnética e laparoscopia. Assim que descoberta a gravidade e localização das lesões, o médico poderá indicar o método mais indicado de tratamento.

Uma das maneiras para se fazer o tratamento da endometriose é o uso de medicamentos. Os remédios podem diminuir a dor e o avanço da doença. Já a cirurgia pode remover as áreas afetadas pela endometriose.

Em casos extremamente graves, o especialista pode sugerir até mesmo a retirada dos ovários ou útero, para eliminação total da causa. Sem útero, por exemplo, a mulher não terá endométrio, e este não poderá se acumular em outros locais.

Porém, esse tipo de medida é considerada radical, e só pode ser utilizada quando a mulher não tem mais nenhuma pretensão de engravidar. Afinal, a retirada do órgão reprodutor irá eliminar por completo a possibilidade de gestação. No caso da retirada dos ovários, a única opção para gravidez seria através de óvulos doados por outra mulher.

Ainda assim, a histerectomia total (remoção do útero) representa a melhor chance de cura da endometriose. Geralmente, os demais métodos são apenas paliativos. Logo, novas aderências de tecido podem ocorrer, mesmo após o tratamento com remédios ou de “raspagem” do endométrio aderido.

Quem tem endometriose pode engravidar naturalmente?

Como citado, a endometriose pode dificultar a concepção natural. Contudo, a doença não impede por completo a gravidez natural.

Normalmente, um casal leva até um ano para alcançar a concepção. Isso porque, por mês, só existe 20% de chance de gravidez. Após 12 meses de tentativas, porém, a demora pode ser sinal de algum problema de fertilidade. Tanto na mulher, quanto no homem. Por isso, é essencial que os indivíduos busquem diagnóstico médico.

Caso, então, a infertilidade seja verificada, poderá ser tratada e permitir a concepção. Se isso não for possível, o médico irá sugerir o uso de método de concepção assistida, como a fertilização in vitro.

A fertilização in vitro é o método no qual o óvulo da mulher é captado do ovário. Este óvulo é levado ao laboratório junto aos espermatozoides masculinos, obtidos por meio da masturbação ou  punção direto dos testículos. Colocadas juntas, essas células geram um zigoto.

Em seguida, essa formação de células é amadurecida, permanecendo no laboratório por cerca de cinco dias. Logo depois, o embrião é transferido para o útero feminino. Deve, então, se agarrar à parede interna do órgão. Caso consiga fazê-lo, dá-se origem à gravidez. O método é indicado principalmente para situações em que a endometriose obstrui as tubas uterinas.

Numa situação em que a mulher apresenta endometriose profunda, essas dificuldades de concepção podem ser maiores. Afinal de contas, nesse tipo de problema, o tecido endometrial penetra forte e profundamente nos órgãos. Logo, tem grandes  consequências e tratamento difícil.

Problemas para concepção: causas

De qualquer forma, os problemas para concepção ocorrem principalmente em duas situações. Primeiro, quando o endométrio anormal danifica as tubas uterinas. As tubas são os locais em que o óvulo, assim que liberado, aguarda a chegada de um espermatozoide. Caso ela esteja lesada ou, principalmente, obstruída, o espermatozóide não poderá alcançar o gameta feminino. Ou seja, não haverá fecundação, e muito menos gravidez.

Os problemas também são grandes quando o endométrio adere aos ovários. Nessas situações, o órgão pode não conseguir liberar o óvulo. Logo, não haverá gameta disponível para a fecundação.

Em qualquer dessas situações, é interessante que a endometriose seja descoberta antes do início da gravidez. Por isso, a mulher deve visitar o médico assim que se decidir pela gestação e, então, solicitar uma avaliação completa de seu sistema reprodutor. Dessa forma, o médico poderá indicar o tratamento adequado, facilitando a concepção e até mesmo o período gestacional.

Quem tem endometriose ovula?

Outra dúvida de quem tem endometriose e deseja engravidar é se a mulher que sofre com o problema ovula. A ovulação é o processo pelo qual um folículo ovariano é amadurecido e liberado pelo ovário, para que seja fecundado. Quando o acúmulo do endométrio não afeta diretamente ao ovário, a ovulação costuma ocorrer. Caso afete, porém, é mais provável que o organismo feminino não consiga liberar o gameta.

Gravidez com endometriose: cuidados

Além da dificuldade em engravidar, a endometriose não causa outros grandes problemas para a gestação. Por exemplo: não existem riscos de má formação do feto

Durante a gravidez, também é comum que as mulheres percebam certa melhora nos sintomas da doença. Não há consenso sobre o porquê isso acontece. Contudo, os especialistas acreditam que o resultado é um reflexo do aumento da progesterona no organismo feminino. A progesterona é produzida em grande quantidade durante a gestação, e pode diminuir o avanço das lesões provocadas pelo acúmulo do endométrio. Outra razão para essa melhora é a inexistência da menstruação durante a gravidez.

Em todo caso, na endometriose profunda os reflexos da doença podem ser pouco mais preocupantes. Quando sofre deste tipo da doença, a mulher está mais sujeita a desenvolver, por exemplo, a chamada gravidez ectópica. Ou seja, fora do útero (o que normalmente ocorre nas tubas).

Invista no acompanhamento médico!

Seja qual for o tipo da doença e os riscos relacionados, é fundamental que a mulher conte com acompanhamento médico dedicado. Em qualquer gestação isso é necessário, mas ainda mais em casos de endometriose. Afinal, o especialista deve monitorar qualquer tipo de alteração no corpo feminino e intervir, se necessário, nas complicações relacionadas à condição.

Comumente, porém, o tratamento para a endometriose durante a gravidez é considerado desnecessário.